Pela vida afora nos colocamos presos a sistemas de gravitação cósmica que determinam as possibilidades e os limites de nossa liberdade física, psíquica e espiritual. É fato que sempre estamos gravitando em torno de alguma coisa ou pessoas. Muitas vezes esta força gravitacional se processa com tal intensidade que perdemos a noção do todo e de nós mesmos. Só vemos felicidade, alegria e sentido em nossas vidas enquanto gravitamos em torno do centro que nos atrai. O problema é que normalmente gravitamos em torno de coisas tão perecíveis como nós mesmos. Ao faltar o centro em torno do qual gravitamos, caímos num grande vazio. Falta-nos tudo até que, atraídos novamente, passamos a gravitar em torno de outro centro que parece dar sentido ao nosso viver. E novamente, dependendo da escolha que fizermos, este centro pode nos faltar. O vazio, também, voltará.
A verdade é que, quase sempre, pagamos um alto preço por gravitarmos em torno do perecível e limitado. A gravitação “deste mundo” é muito forte apesar de ser a maior das ilusões. É a opção do “homem carnal” incapaz de ver, ouvir e sentir o que não passa pelos sentidos. Entretanto, a atração do alto é, e sempre será, também, muito forte. Em um determinado momento, por mais que um homem se sinta atraído pelas coisas de baixo, não mais poderá resistir à atração do alto e, como o Filho Pródigo, será recebido no céu com festa e alegria.
A homem que vive sob a gravitação do “céu” é o “homem espiritual”. Gravita em torno do eterno e imperecível. Acumula “tesouros no céu onde a traça não come e nada se perde”. Possui vida e “vida em abundância”.
Da consciência centrada neste mundo só nos chegam ilusões. A maior delas é esquecermos que no mundo da forma nada é permanente. Tudo é perecível e de vida curta. Apesar de todas as desilusões que o mundo “da serpente e do enrolamento” nos traz, insistimos em buscar neste mundo paz, alegria, e a felicidade permanentes. Coisa que só Deus pode nos dar.