Traduzido e acabado, o Evangelho de Judas vai causar muita polêmica e discussões religiosas inflamadas por todo o mundo. Ainda não o li, mas imagino o que este manuscrito de 26 páginas vai causar de preocupação, explicação, rejeição e preconceito. Afinal, é o Evangelho de um "traidor de Deus".

A época em que ele se torna disponível para o mundo chama, também, muita atenção. É num momento em que nos encontramos no limiar do nascimento de uma nova consciência humana. As energias que se abatem sobre a humanidade no dia de hoje, crescente nos próximos anos, e que a conduz para uma nova realidade social e humana, cobrem de grande mistério, tanto o evangelho em si, como o momento em que ele se torna mundialmente público. Já existe, inclusive em língua portuguesa, o Evangelho de Tomé. Já o li e acrescenta pouco ao que foi escrito pelos evangelistas bíblicos. Não fico e não ficarei surpreso se outros textos aparecerem escritos pelos mais diferentes apóstolos. É claro que vivenciar, totalmente inserido, o extraordinário drama cósmico que foi o nascimento, a vida e o propósito missionário da vinda do Cristo ao mundo, exigiria pelo menos um breve registro da visão particular dos acontecimentos presenciados. Seria quase impossível que assim não fosse.

Porquê na Bíblia constam apenas quatro evangelhos no Novo Testamento? Não pode conter outros? Não é necessário. O Pentagrama Sagrado está na síntese que estes quatro evangelhos representam. Tudo o que é preciso saber sobre a natureza elemental e espiritual humana está ali. Nada mais precisa ser acrescido ou dito.

 Não se pode duvidar que a Bíblia é um livro acabado e pronto que estará na vida da humanidade hoje, amanhã, milênios à frente e sempre. O poder mágico que ele transmite causa efeito em qualquer leitor, independente do nível social, cultural e humano em que está inserido. Pronto e acabado. É assim o Livro da Vida denominado Bíblia. Nele, os que conseguem ler "por dentro e por fora", o mínimo que irão ver é a "Sombra Luminosa de Deus". Os que só conseguem ler por fora vão, no mínimo, encher o coração com a esperança que um dia serão justiçados, nem que seja no depois. Os que, "cheios de sabedoria" rejeitam sua leitura acreditam seriamente que "contos de fadas" são "contos de fadas".

Infelizmente ainda existem os que se deleitam construindo, ou ajudando a construir, Torres de Babel. Outros, inflacionados por uma visão pessoal de grandeza, preferem estar ao lado de "deuses humanos" engarrafando pequenas porções da sabedoria universal. Em seguida saem pelo mundo mostrando a garrafa gritando aos quatro ventos que a "sabedoria" chegou e está à disposição de todos por apenas $ 60,00. Triste dos que só escutam o que é dito pelos homens possuindo os ouvidos lacrados à voz que nunca cala.

O Livro do Gênesis está aí com todo o drama humano passado, presente e futuro.

Em cada mudança de era vivemos um "Novo Êxodo". Saber como tudo vai acontecer e o que vai acontecer com a chegada da Era de Aquário basta ler o Livro do Êxodo. O sacrifício infantil, a insensibilidade dos governantes frente às novas energias, os que continuam construindo "Bezerros de Ouro" tentando, a todo custo, manter vivo e atuante o que deve ficar para trás, a desorganização social e humana, a fome e a sede dos que, no deserto, caminham firmes para construir um novo destino humano. Enfim, tudo lá.

O Eclesiastes confirmando tudo quando diz: "Vaidades das vaidades. Tudo é vaidade. Nada de novo debaixo do céu. O que foi é, e o que é um dia será".

O Livro de Ezequiel onde é possível saber que a água está no fogo e que o fogo está na água e como isto é possível. Ali se pode encontrar, também, o segredo do giro dos Centros Energéticos e da medicina do passado, do presente e do futuro. Neste ponto o segredo dá lugar ao mistério, e este é incomunicável, pessoal e intransferível.

Bom, vamos parar por aqui e voltar para O Evangelho de Judas. Quem se dedica, com um pouco mais de profundidade, a compreender o universo além dos sentidos sabe que "cada um está onde deve e precisa estar". Alguém precisava dar aquele beijo e estar ali para fazê-lo. Era cosmicamente necessário. Talvez O Evangelho de Judas cumpra, agora, a determinação cósmica de fazer o resgate de alguém que, na verdade, precisa ser resgatado frente aos homens, mas que jamais precisou ou precisará ser resgatado frente a Deus. Só o tempo dirá se aquele beijo foi uma traição ou representava o agradecimento de todo o gênero humano pelo resgate humano feito pelo amor que em seguida ia acontecer.